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Ensino a Distância: uma discussão sobre a aplicação do modelo

  • Foto do escritor: Alex Santz
    Alex Santz
  • 5 de fev.
  • 20 min de leitura

RESUMO


Introdução/Problematização: A modalidade de Ensino a Distância (EAD) já é praticada pelas instituições de ensino brasileiras há mais de vinte anos. Desde que o MEC – Ministério da Educação – começou a credenciar instituições de ensino superior, em 1999, esse modelo se tornou tendência em todo o país, crescendo anualmente em quantidade de cursos e número de estudantes. No entanto, apesar das ferramentas utilizadas nessa prática serem aprimoradas na mesma velocidade que a tecnologia avança, o atual modelo não desenvolve estratégias que garantam o aprendizado de forma autônoma. 

Objetivo/Proposta: O objetivo desse artigo é discutir o crescimento do modelo de ensino EAD, especialmente no período da pandemia, e os resultados concretos no desenvolvimento do aprendizado. O propósito é entender como o modelo é aplicado pelas instituições privadas de ensino superior, avaliando se as práticas adotadas são suficientes para produzirem o conhecimento necessário para que, ao final do curso, os estudantes sejam capazes de executar em suas atividades profissionais o que foi aprendido ou, em muitos casos, se eles são realmente absorvidos por esse mercado na profissão em que se formaram. 

Procedimentos Metodológicos: Serão realizadas entrevistas com profissionais que estão na linha de frete desses cursos atuando como professores e/ou tutores, bem como alunos que optaram por estudar em um curso totalmente à distância. Os elementos envolvidos na pesquisa estão distribuídos em cursos tecnológicos, de graduação regular e de pós-graduação. 

Principais Resultados: A proposta, ao final desse artigo, é demonstrar a efetividade da relação ensino-aprendizagem, lançando um olhar crítico sobre as práticas adotadas pelas instituições de ensino superior quanto ao método de ensino praticado e as ferramentas utilizadas para esse fim, comparando com o grau de aprendizagem dos estudantes que optaram por esse modelo e seu aproveitamento no mercado de trabalho. 

Considerações Finais/Conclusão: Toda e qualquer mudança no modelo de ensino a distância praticado hoje é desafiadora e trabalhosa, mas necessária. Os principais agentes envolvidos na execução das práticas pedagógicas, professores e alunos, demonstram insatisfação e preocupação com o formato e isso vem comprometendo o resultado. Uma análise do conceito dos 3C pode ajudar no estudo de um novo formato e na tomada de decisão quanto às mudanças. 

Contribuições do Trabalho: Não existe processo perfeito, existe processo adequado. Adequado ao período em que ele é aplicado e ao contexto ao qual está inserido. Portanto, se o desejo é desenvolver um sistema de ensino forte, que fará com que as próximas gerações, e talvez essa ainda, cresçam e participem ativamente da reconstrução do país, discutir o modelo é mais do que necessário, é imperativo. 

 

Palavras-chave: Ensino; distância; aprendizado; modelo; e pedagógico. 

 

 

DISTANCE LEARNING: A DISCUSSION ON THE APPLICATION OF THE MODEL 


 

ABSTRACT 

Introduction/Problemization: Distance Learning (DL) has been practiced by Brazilian educational institutions for over twenty years. Since MEC – Ministry of Education – began accrediting higher education institutions in 1999, this model has become a trend across the country, growing annually in the number of courses and number of students. However, despite the tools used in this practice being improved at the same speed that technology advances, the current model does not develop strategies that guarantee autonomous learning. 

Objective/Proposal: The objective of this article is to discuss the growth of the distance learning model, especially in the pandemic period, and the concrete results in the development of learning. The purpose is to understand how the model is applied by private institutions of higher education, assessing whether the practices adopted are sufficient to produce the necessary knowledge so that, at the end of the course, students are able to carry out what was learned in their professional activities or, in many cases, if they are really absorbed by this market in the profession in which they graduated. 

Methodological Procedures: Interviews will be conducted with professionals who are in charge of these courses acting as teachers and/or tutors, as well as students who have chosen to study in a completely distance learning course. The elements involved in the research are distributed in technological, regular undergraduate and postgraduate courses. 

Main Results: The proposal, at the end of this article, is to demonstrate the effectiveness of the teaching-learning relationship, taking a critical look at the practices adopted by higher education institutions regarding the teaching method practiced and the tools used for this purpose, comparing with the degree of learning of students who opted for this model and their use in the labor market. 

Final Considerations/Conclusion: Any and all changes in the distance learning model practiced today are challenging and laborious, but necessary. The main agents involved in the implementation of pedagogical practices, teachers and students, demonstrate dissatisfaction and concern with the format and this has been compromising the result. An analysis of the 3C concept can help in studying a new format and in making a decision about changes. 

Work Contributions: There is no perfect process, there is an adequate process. Appropriate to the period in which it is applied and the context in which it is inserted. Therefore, if the desire is to develop a strong education system, which will make the next generations, and perhaps even this one, grow and participate actively in the reconstruction of the country, discussing the model is more than necessary, it is imperative. 

 

Keywords: Teaching; distance; apprenticeship; model; and pedagogical. 

 

Área tecnológica: Propriedade Intelectual, Inovação e Desenvolvimento. Prospecções Tecnológicas de Assuntos Específicos. Tecnologias para o Ensino a Distância. 

 


  1. INTRODUÇÃO 

A modalidade de Ensino a Distância (EAD) começou a ser vista pelas instituições de ensino brasileiras como uma alternativa de produto para aumento do seu portfólio após a instauração da Lei n° 9.394 de 1996, que regulamentou e validou a educação à distância em todos os níveis de escolarização. Em 1999 o MEC – Ministério da Educação e Cultura – começou a credenciar as instituições de ensino superior e a partir daí esse modelo tornou-se tendência em todo o território nacional, crescendo anualmente em quantidade de cursos e número de estudantes. 

Com as instituições de ensino superior não foi diferente. Universidades, centro universitários e faculdades, que já vinham sofrendo com a redução de alunos em função da crise econômica que o Brasil enfrentava desde 2015, passaram a sofrer ainda mais com a crise sanitária, que obrigou todos os estabelecimentos comerciais a se manterem fechados enquanto durasse o período de distanciamento social. Com isso, o período de pandemia acabou abrangendo os anos letivos de 2020 e 2021, exigindo que as Instituições de Ensino Superior (IES) buscassem alternativas para continuarem em pleno funcionamento, implantando o sistema de aulas online e aumentando a oferta de cursos de EAD e na modalidade remota. Por outro lado, se o modelo de ensino a distância ajudou para que as IES não parassem, também expôs uma deficiência no modelo: o aprendizado. 

Diante do exposto, faz-se necessária a discussão sobre a relação entre o crescimento na oferta de cursos de EAD e o resultado concreto que esses cursos atingem ao completarem o seu período de atividade. É preciso questionar se o objetivo principal, que é o aprendizado por parte dos estudantes, está sendo alcançado ou se esse movimento tem um viés meramente comercial. É imperativo responder de quem é a responsabilidade por essa avaliação e de que maneira o Ministério da Educação (MEC) se posicionará. 

Por essas razões a discussão desse tema se torna relevante. Ao final, as respostas deverão direcionar para qual caminho essa prática, o ensino a distância, poderá seguir de forma a garantir às IES a manutenção ou aumento do seu portfólio sem comprometer o alcance dos objetivos daqueles que buscam essa alternativa, os alunos. 

 

  1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

Para iniciar a discussão sobre a eficácia ou não do ensino a distância, é preciso primeiramente entender seu significado, abordando suas vantagens e desvantagens. 

EAD é a sigla utilizada para indicar a expressão Educação a Distância. É um modelo de ensino-aprendizagem intermediado por diferentes tecnologias que possibilitam que professores e alunos estejam em diferentes ambientes físicos enquanto ensinam e aprendem. 

Segundo Moran (2002), é uma modalidade de ensino e aprendizagem em que professores e estudantes não estão necessariamente juntos fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias como a internet, embora também possam ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o telefone e outras tecnologias semelhantes. 

Ainda com relação a definição de EAD, o Portal do MEC (2017, p.1) cita: "Educação a distância é a modalidade educacional na qual alunos e professores estão separados, física ou temporalmente e, por isso, faz-se necessária a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação. Essa modalidade é regulada por uma legislação específica e pode ser implantada na educação básica (educação de jovens e adultos, educação profissional técnica de nível médio) e na educação superior." 

Garcia-Aretio (1994) diz que Ensino a Distância é um sistema tecnológico de comunicação bidirecional, que pode ser massivo e que substitui a interação pessoal, na sala de aula, de professor e aluno, como meio preferencial de ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos didáticos e pelo apoio de uma organização e tutoria que propiciam a aprendizagem independente e flexível dos alunos. 

É oportuno destacar que, para a formatação do curso EAD, as instituições de ensino devem observar o documento elaborado pelo MEC (Ministério da Educação), “Referenciais de qualidade para Educação Superior a distância” (2007), buscando atender aos parâmetros nele estabelecidos, para construção de um curso superior a distância de qualidade, quais sejam: (i) concepção de educação e currículo no processo de ensino e aprendizagem; (ii) sistemas de comunicação; (iii) material didático; (iv) avaliação; (v) equipe multidisciplinar; (vi) infraestrutura de apoio; (vii) gestão acadêmico-administrativa e (viii) sustentabilidade financeira. 

Dessa forma, e através desse documento, as IES tem conhecimento pleno das expectativas que o MEC deposita em seus agentes de ensino. Independentemente dos desafios, a qualidade deve ser primada tanto do ponto de vista da infraestrutura quanto do conteúdo ofertado. E para tal, instituições, professores e tutores devem estar em perfeita sintonia para que o resultado seja alcançado. Mas esse cenário quase nunca é tão favorável quanto se espera. Segundo Capeletti (2014), muitas vezes os professores apresentam dificuldades na hora de colocar em prática seus objetivos, além da demora em discutir as dúvidas ou fazer as correções, e esses fatores contribuem para a impressão de abandono por parte do aluno. Ainda, segundo o mesmo autor, são fatores que prejudicam o EAD, a dificuldade que os professores e alunos possuem em lidar com informática e com os computadores e a falta de uma boa internet

Ao mesmo tempo, essa modalidade de ensino exige por parte do estudante uma postura ativa em seu comportamento de estudo, e para que isso funcione, algumas atitudes autônomas são fundamentais: ler, organizar e planejar seus estudos são condições absolutamente necessárias. É aí que os obstáculos começam a aparecer, pois a exigência por essa postura ativa e diferenciada do aluno acaba se tornando um impeditivo para o aprendizado e muitos acabam abandonando o curso. Santos (2013), ao investigar a evasão nos cursos superiores a partir de pesquisa bibliográfica e análise de conteúdo, identifica fatores e motivos causadores da evasão em cursos de graduação presencial e a distância. Dentre as dificuldades e fatores de evasão identificados pelo autor nas pesquisas analisadas estão o contexto familiar, atributos individuais do aluno, maturidade e indecisão, trabalho e estágio, interação do professor e aluno, uso das novas tecnologias da informação e comunicação, conciliar estudo e trabalho, formação escolar precária, ausência de interação presencial, excessiva carga de leitura e tarefas, pouco envolvimento com o curso, falta de hábitos e técnicas de estudo individualizado, falta de motivação, condição socioeconômica e organização do tempo disponível. 

No momento atualmente vivenciado por todos, por conta da pandemia da covid-19, os comportamentos relacionados às rotinas de trabalho e estudo estão sendo adaptados em todo o mundo nas inúmeras corporações e instituições de ensino, convergindo para um ambiente de trabalho e estudo virtual. 

Pode-se observar que todos os conceitos se baseiam na premissa de que a relação ocorre em ambientes não físicos e que o comportamento autônomo prepondera, partindo do pressuposto que os alunos são agentes ativos nessa relação, tanto quanto os professores. Ou seja, já está pré-concebido que o aluno traz consigo a capacidade de autogerenciar o estudo e a absorção do conhecimento proposto, sugerindo que essas competências foram adquiridas anteriormente, ao longo dos ensinos fundamental e médio. 

 

  1. METODOLOGIA DA PESQUISA 

O método de pesquisa adotado para o levantamento dos dados foi o qualitativo, apoiado pelo quantitativo. A profundidade na análise exige dados com certo grau de subjetividade que suportem o posicionamento crítico. Porém, para que o estudo seja feito dentro de um espaço de tempo adequado, o levantamento desses dados depende de uma abordagem quantitativamente objetiva. Nas palavras de Lüdke (1986), a metodologia do presente estudo 

[...] fundamenta-se na abordagem qualitativa uma vez que não procura enumerar e/ou medir os eventos estudados, nem emprega instrumentos estatístico na análise dos dados, ou seja, prioriza-se o processo da pesquisa e não simplesmente os resultados, sendo assim, o significado é a preocupação essencial na abordagem qualitativa. 

A aplicação de questionários, para o objetivo principal do estudo, que era capturar as opiniões a partir de um olhar que expressasse a realidade das vivências e experiências com o modelo, foi a técnica mais adequada. O questionário, segundo Gil (1999, p.128), pode ser definido “como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações vivenciadas etc.”. 

Para realizar a análise desse tema, foram aplicadas diferentes pesquisas com profissionais que ensinam nessa modalidade, assim como alunos que estudam em cursos EAD, entre os anos de 2019 e 2021. 

A pesquisa foi conduzida de forma presencial, por e-mail e via formulário eletrônico google, com profissionais e estudantes do Centro Universitário Jorge Amado, de forma autônoma e espontânea, sem a participação direta de outros entes, fossem eles privados, públicos ou pessoais. Foram entrevistados ao todo 48 profissionais, entre professores e tutores, dos quais 39 responderam o questionário presencialmente e 9 através de e-mail. Quanto aos estudantes, 248 participaram da entrevista, tendo 26 respondido em contato presencial e os demais através de formulário eletrônico. Considerando a quantidade de respostas que seriam necessárias para que o resultado fosse o mais crível e coerente possíveis, a escolha desse método foi o mais adequado. Além disso, o contato presencial durante as entrevistas foi importante para melhorar a percepção daquilo que estava sendo respondido e os reais impactos nas opiniões das partes envolvidas nesse processo. 

Os questionários quantitativo-qualitativos elaborados apresentaram as perguntas abaixo: 

 

Quadro 1 - Questionários quantitativo-qualitativos aplicados em professores, tutores e alunos. 

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Fonte: Elaboração própria. 

 

  1. ANÁLISE DOS RESULTADOS E DISCUSSÃO 

Discutir um tema tão relevante quanto o ensino a distância em um período de pandemia parece simples considerando a sua importância durante os últimos dois anos. Se em um cenário de normalidade o tema já causa controvérsia, torna-se ainda mais controverso quando o objetivo da discussão é questionar o modelo. Mas, por mais desagradável que possa parecer, o debate é necessário se o desejo de todos aqueles que atuam com educação é elevar o nível dos profissionais, e principalmente dos cidadãos, que partem para o mercado de trabalho, e para a sociedade, com uma nova formação técnica e, porque não dizer, moral. 

As entrevistas trouxeram alguns importantes pontos de convergência entre professores e alunos que podem ajudar a embasar as inferências apresentadas neste texto. Os tópicos mais relevantes estão relacionados a dois elementos apresentados nos questionários: o modelo de interação entre professores e alunos insuficiente para garantir os resultados esperados e as práticas utilizadas para o desenvolvimento do ensino-aprendizagem que não garantem o aprendizado esperado.


4.1. Análise gráfica dos questionários aplicados com os profissionais 

Inicialmente, para que possamos compreender melhor os porquês da insatisfação dos profissionais com o modelo aplicado e os resultados obtidos, deve-se considerar o tempo em que os profissionais atuam nos cursos EAD. O gráfico abaixo mostra que 86% deles tem atuado na modalidade por, no máximo, 5 anos. Pode parecer muito, mas quando colocamos na equação o fator pandemia, que provocou mudanças significativas nas formas de interação entre as pessoas, além do impacto psicoemocional que as mortes provocaram na sociedade, endente-se melhor as dificuldades que as relações à distância produziram. Não obstante o fato de que uma nova cultura demanda tempo e aplicação contínua para se solidificar. 

 

Gráfico 1 – Tempo de atuação dos professores e tutores no modelo EAD. 

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Fonte: Pesquisa própria (2022). 

 

Outro fator relevante nesse processo de análise refere-se ao tipos de interação e as dificuldades geradas por elas. Mas para que a análise faça sentido, inicialmente é importante ressaltar o índice de profissionais que alegam terem dificuldade na interação com os estudantes, que foi de 74%. O fato de ¾ dos profissionais admitirem dificuldade, não significa que a IES seja a punica responsável. Durante as pesquisas com os alunos, muitos sugeriram que os profissionais apresentaram dificuldades e limitação com o uso das ferramentas tecnológicas. Pode-se inferir que cabe à instituição capacitá-los, mas, por outro lado, não se deve fechar os olhos para a realidade de que pessoas com graus de instrução teoricamente maiores do que aqueles a quem estão ensinando apresentam inabilidades básicas para o bom uso das ferramentas digitais. Essa lacuna deve ser vencida e a responsabilidade é compartilhada. Cabe a IES ofertar a capacitação, mas cabe ao profissional buscar o seu desenvolvimento. 

Vencido esse dilema, apresenta-se outro, e com igual ou maior relevância, que são os meios disponíveis para que a interação entre os agentes da relação ensino-aprendizagem aconteça. 43% das interações são passivas – 39% por e-mail e 4% através das videoaulas, indicando que quase a metade do tempo ocorrem trocas de informações sem que as dúvidas sejam sanadas em tempo real. No fim, o entendimento por parte do aluno pode até acontecer, mas a chance de ele sair da discussão sem compreensão plena do tema é real. Sem falar que as interações via fórum não necessariamente ocorrem ao vivo. Às vezes o estudante apresenta uma dúvida e o professor ou tutor só a responde depois, gerando os mesmos problemas das interações passivas. 57% do contato entre as partes envolvidas na discussão dos temas acontece de forma ativa – 50% via fórum e 7% por WhatsApp. Esses meios de comunicação são eficientes, pois permitem que as conversas ocorram de forma direta e as perguntas e respostas são imediatas, mas, no caso específico do fórum de bate-papos, há um maior desgaste motivado pelo fato da comunicação ser exclusivamente escrita. Dessa forma, a necessidade, às vezes, físicas, de resumir o que precisa ser dito pode comprometer o entendimento pelo outra parte. 

 

Gráfico 2 – Dificuldade encontrada pelos professores e tutores na interação com os alunos. 

Gráfico 3 – Tipo de interação utilizadas pelos professores e tutores no acesso aos alunos. 

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Fonte: Pesquisa próprias (2022). 

 

E por fim, o ponto chave desse estudo, o resultado daquilo que é ofertado. 37 dos 42 profissionais entrevistados não acreditam que o modelo atualmente aplicado produza o aprendizado desejado. E grande parte desse insucesso se deve ao modelo de interação utilizado, pois 39 desses profissionais entendem que o meio é ineficaz. As interações passivas e a forma com as relações se estabelecem são determinantes para essa percepção. 

 

Gráfico 4 – Quantidade de professores e tutores que consideram o modelo utilizado satisfatório ou não para o aprendizado. 

Gráfico 5 – Quantidade de professores e tutores que consideram os tipos de interação utilizados satisfatórios ou não para o aprendizado. 

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Fonte: Pesquisa próprias (2022). 

 

4.2. Análise gráfica dos questionários aplicados com os estudantes 

Apesar da modalidade de estudo a distância estar presente no Brasil há mais de dez anos, apenas a partir de 2016 começou a se popularizar. Mas foi durante a pandemia que o índice de adesão a esse modelo passou a fazer parte do cotidiano e do cardápio de opções para os brasileiros. Independentemente da obrigatoriedade do distanciamento social, estudar em casa se tornou uma alternativa vantajosa em se considerando custo, tempo e flexibilidade. No entanto, algumas dificuldades tornaram-se latentes, tanto do ponto de vista da infraestrutura quanto do aprendizado. E o tempo de maturação entre a saída de um curso 100% presencial e o início em outro totalmente online fez toda a diferença. No gráfico abaixo observa-se que 98% dos estudantes estão cursando a modalidade EAD a, no máximo, 5 anos. Se, assim como na análise feita para os profissionais, for levado em conta o fator pandemia e todas as mudanças provocadas nas formas de interação e os impactos psicoemocionais, ficam claras as dificuldades que as relações à distância também produziram nesse público. 

 

Gráfico 6 – Tempo de estudo dos alunos no modelo EAD. 

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Fonte: Pesquisa próprias (2022). 

 

Aqui, nesse ponto em específico, a problemática relacionada a ineficiência dos tipos de interação utilizadas fica ainda mais evidentes, quando a pesquisa mostra que 244 dos 248 estudantes entrevistados demonstram que suas dificuldades não foram atendidas durante os encontros. Esses números, além de expressivos, são alarmantes, pois colocam em xeque se o objetivo do modelo está de fato atendendo ao seu propósito. 

Por outro lado, apesar dos alunos pesquisados optarem menos por meios de interação mais ativos, que equivalem a 60% do total – 50% através do fórum e 10% via WhatsApp, essa interação ocorre essencialmente entre eles mesmos, na tentativa de nivelarem os entendimentos quanto aos assuntos e suas respectivas avaliações. Mas em geral produzem poucos frutos no quesito aprendizado. Apesar da interação passiva ser em menor número, 40% das vezes – 38% através do e-mail e 2% por videoaulas, ainda assim é um volume significativo se for considerada a lacuna existente entre o que foi oferecido e o que foi de fato absorvido. 

 

Gráfico 7 – Dificuldade encontrada pelos alunos no atendimento às suas expectativas. 

Gráfico 8 – Tipo de interação utilizadas pelos alunos no acesso aos professores e tutores. 

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Fonte: Pesquisa próprias (2022). 

 

E, ao final, todos os problemas apontados culminam para demonstrar que resultado está comprometido. Pelo menos na percepção daqueles que são o alvo maior dessa alternativa de estudo. 240 alunos entrevistados, em um universo amostral de 248, não acreditam que o modelo lhes traga o aprendizado necessário para enfrentar, no mercado de trabalho, a profissão escolhida. E uma parte equivalente desse alvo – 238 dos mesmos 248, também validam a ineficácia das interação para um melhor resultado em seu desenvolvimento acadêmico-profissional. 

 

Gráfico 9 – Quantidade de alunos que consideram o modelo utilizado satisfatório ou não para o aprendizado. 

Gráfico 10 – Quantidade de alunos que consideram os tipos de interação utilizados satisfatórios ou não para o aprendizado. 

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Fonte: Pesquisa próprias (2022). 


4.3. A aplicação dos três C como alternativa ao modelo atual 

Ao analisar o modelo de interação entre professores e alunos, foi possível observar com clareza que o meio utilizado para este fim são os fóruns de discussão, onde os alunos apontam suas dúvidas, dificuldade e pontos de vista a partir do tema estudado. O fato que chama a atenção é que nem toda IES torna essa interação obrigatória, além do que muitos alunos não se posicionam porque não obtêm retorno ou o retorno é insuficiente. Além disso, na maioria dos casos os alunos utilizam inadequadamente os fóruns como espaço para realizarem networking e venda de produtos e serviços sem qualquer ligação com o conteúdo, mostrando que não há uma gestão adequada da ferramenta ou auditoria daquilo que está sendo publicado e, por consequência, dispersando o foco do conhecimento que está se buscando disseminar.  

Outra forma de interação utilizada é a caixa de mensagens da própria ferramenta, que permite que cada aluno se comunique diretamente com o professor da disciplina, produzindo uma relação direta e pessoal. Nesses casos, o resultado da interação é melhor, mas o fato de a comunicação ser essencialmente escrita pode ocorrer problemas de interpretação, tanto de quem pergunta quanto de quem responde, e esse ruído pode acabar comprometendo sobremaneira o resultado esperado para o aprendizado. 

Quanto ao estudo das práticas utilizadas para o ensino-aprendizagem, as dificuldades são ainda mais críticas. Os professores alegam que a sua intervenção é limitada pela ferramenta, uma vez que todo o material didático, seja escrito, em áudio ou em vídeo, não foi produzido por ele, o quê, em sua opinião, acaba: apresentando temas que são menos relevantes do que outros para aquela disciplina ou curso em específico, omitindo temas que são de extrema importância e distribuindo os temas apresentados em uma ordem que pode dificultar o entendimento do aluno. Em outras palavras, cada professor desenvolve um modelo de apresentação do conteúdo que, em sua análise, favorece o melhor aproveitamento por parte do aluno.  

Além disso, sentem, ao final da disciplina, que os alunos não absorveram tudo o que seria necessário para um bom desempenho naquela área, o que nem sempre fica evidenciado nas notas, pois a ferramenta dá brecha para que os usuários burlem o sistema e obtenham notas que não refletem o conteúdo efetivamente absorvido. Sem falar que, em sua avaliação, o modelo de questões elaboradas apresenta um grau de dificuldade abaixo do que deveria ser necessário para medir de fato o aprendizado. Os alunos apresentaram queixas semelhantes às dos professores, indicando que o material, apesar de bem elaborado, produz dúvidas que muitas vezes não são sanadas nos fóruns de debate, nem pelo professor nem pelos colegas. 

Outro ponto questionado refere-se aos trabalhos em grupo, pois, na maioria dos casos, os integrantes das equipes têm horários profissionais e pessoais diferentes e por essa razão não conseguem debater entre eles os temas estudados, sendo obrigados a organizar o conteúdo da atividade avaliativa em um arquivo único, correndo o risco de que suas partes estejam desconectadas. Os alunos, assim como os professores, também questionaram o nível das questões avaliativas, dizendo que são elaboradas para que ninguém erre, o que pode acabar mascarando o resultado e, no final, tirando a relevância do diploma na análise do mercado profissional. 

Diante desse cenário, o que pode, e deve, ser feito para que essa modalidade de curso, tão procurada nos últimos anos, não caia em descrédito e, principalmente, cumpra o seu papel educacional? Antes de mais nada, um olhar pedagógico é imprescindível, aliado a ações pontuais e objetivas para corrigir a rota. 

O tópico mais importante a ser tratado está na queixa unânime, identificada nas entrevistas: as práticas utilizadas para o desenvolvimento do ensino-aprendizagem. E por que isso é tão importante? O modelo praticado hoje necessita de mudanças conceituais relevantes, como a aplicação do princípio do 3C – Conhecimento, Consenso/Confronto e Consolidação. O primeiro “C” já faz parte do modelo atual, pois exige do aluno a leitura do material apresentado e a pesquisa daquilo que não parece ter ficado claro ao final; o segundo “C” está quase que totalmente ausente do formato de estudo dos curso EAD, pois exige discussão do tema para formação de massa crítica e debate de ideias para massificar o tema, e hoje isso ocorre muito superficialmente através dos fóruns das disciplinas; já o terceiro “C” é aplicado parcialmente, pois necessita que a avaliação valide o aprendizado e para isso é preciso que o nível seja adequado e haja a possibilidade da realização conjunta e/ou corrigida conjuntamente para que faça parte do processo de aprendizado. 

Ainda sobre este tópico, mas sob outro ponto de vista, as IES devem inserir os professores ministrantes na construção da disciplina. Uma comissão de professores de cada área pode, em reuniões direcionadas para o tema, definir o conteúdo que será trabalhado em cada matéria, a ordem em que eles serão trabalhados e como serão as avaliações, apresentando objetivamente os motivos para essa estrutura. Além disso, as questões, sejam das atividades ou das avaliações, devem ser elaboradas, ou pelo menos validadas, pelo professor que estiver à frete dela no período em que ela for estudada. 

O outro tópico, também de igual importância, e apontado unanimemente, refere-se à interação. Parte da aplicação eficaz do princípio do 3C está relacionada a interatividade entre professores e alunos e entre os próprios alunos, para que o conhecimento seja devidamente discutido e absorvido. A saída para esse problema já existe e foi amplamente aplicada ao longo do período de pandemia pelas instituições de ensino em todos os níveis: o modelo híbrido. Não nos mesmos moldes que foi aplicado para substituição das aulas presenciais, mas algo adaptado. Todas as disciplinas dos cursos à distância deveriam adicionar à sua grade de programação ao menos dois encontros virtuais com o professor ministrante para o tratamento das dúvidas apontadas pelos alunos e a discussão dos temas que, em seu julgamento, necessitem de um pouco mais de atenção. Aliado a isso, criar salas virtuais onde os alunos poderão agendar encontros para discussão dos temas e estudo em grupo. 

Com relação ao terceiro “C”, é fundamental que os educadores compreendam que essa etapa também faz parte do processo de aprendizado e por isso, aplicar uma prova individual, contendo dez ou mais questões, valendo dez pontos, não contribui para o desenvolvimento do aluno. Serve apenas para “medir” se o conteúdo foi de fato absorvido. Se houver o entendimento de que questões problematizadas, objetivas ou subjetivas, quando são discutidas com outras pessoas torna o aprendizado efetivo e significativo. E quando essas mesmas avaliações são discutidas de maneira conjunta, em uma devolutiva feita pelo professor, os ganhos são ainda maiores. Todo o investimento feito pelas IES nos últimos anos em metodologias ativas precisa ser aplicado da forma mais abrangente, inteligente e eficiente, e não como um reles serviço agregado utilizado como elemento de captação de clientes. 

 

  1. CONCLUSÕES 

Ao analisar o resultado das entrevistas, foi possível observar que o modelo de ensino a distância praticado hoje não atende às expectativas tanto de quem leciona quanto de quem estuda. A forma como o modelo tem sido conduzido sugere que as necessidades comerciais se sobrepõem às educacionais. Talvez o problema não esteja necessariamente, e apenas, no modelo atual, mas sim em toda a cadeia de geração de valor do sistema educacional brasileiro. Duas questões precisam ser ponderadas nessa discussão: 1. Quais medidas precisam ser adotadas para que as competências relacionadas ao autogerenciamento do estudo sejam desenvolvidas nos estudantes desde os ensinos fundamental e médio, até o superior; 2. De que maneira o modelo atual pode ser adequado para que a interação entre professores e alunos seja mais eficiente. 

No mundo moderno diversas ferramentas são diariamente criadas e difundidas, com o intuito de facilitar as tarefas do dia a dia. Diante desta realidade, e com base no conceito dos nativos digitais abordado na obra de Marc Prensky, as instituições de ensino não podem ignorar que a geração atual já nasceu conectada e, portanto, possui uma dinâmica de aprendizado totalmente diferente das gerações passadas.  

Deste modo, contrariar a natureza dos alunos, diante da realidade vivenciada por sua geração, causará maior desinteresse e frustração por parte dos estudantes. É cediço que já existem e são criados inúmeros mecanismos de interatividade como: aplicativos para smartphones, redes sociais, lousas inteligentes, além de inúmeros materiais didáticos constantes na internet, muitas vezes produzidos por fontes de notório respeito pela comunidade acadêmica. 

Ao promover atividades aos quais os alunos já estão habituados, promovendo diferentes atividades de aprendizagem, com a utilização de jogos, podcasts, pesquisas digitais e outros recursos, irá elevar sobremaneira o patamar de ensino, tornando a instituição moderna e alinhada com a realidade atualmente vivenciada, que incorpora a tecnologia na prática do ensino de forma pedagógica e responsável, evitando o uso dos equipamentos de tecnologia de forma dispersa e sem a devida orientação. 

A pandemia trouxe muitas dores e sofrimentos para todas as pessoas, não só no Brasil, mas mundo a fora. Porém, não se pode deixar de observar aquilo que ela também ofereceu como aprendizado e oportunidade de crescimento. Uma delas, talvez a maior lição para quem participa do processo educacional, seja como mestre ou aprendiz, é o modelo híbrido de ensino cujas atividades se dividem entre síncronas e assíncronas, exigindo uma parcela de esforço dos alunos no bom uso da tecnologia para o consumo do conteúdo apresentando, mas também lhes dando oportunidade para fortalecer esse aprendizado durante os encontros virtuais.  

Portanto, para que os estudantes estejam devidamente preparados para enfrentarem os desafios que o sistema educacional apresentará no futuro, é preciso que desde os primeiros anos de estudo eles lidem com desafios proporcionais às suas etapas, tanto para produzirem conhecimento quanto disciplina e autogestão. Logo, o estado brasileiro deverá investir em infraestrutura e capital humano para que a lacuna hoje existente entre o ensino público e o privado seja eliminada. Quanto ao modelo praticado hoje, mudanças conceituais precisarão ser avaliadas, como a utilização massiva de metodologias ativas, o conceito de sala de aula invertida e o princípio dos 3C – Conhecimento, Consenso/Confronto e Consolidação – devendo ser avaliados antes da escolha do formato. 

É uma tarefa difícil e trabalhosa, pois vai exigir das IES e dos seus professores disponibilidade para mudanças de paradigmas e desprendimento de energia para construir um novo modelo. Mas, se o objetivo maior com a educação é moral e não comercial, o esforço é necessário e os resultados serão reconhecidamente satisfatórios. 

 

  1. PERSPECTIVAS FUTURAS 

O futuro do ensino a distância no Brasil é certo. Por se tratar de um produto de alto giro, com procura crescente, as instituições de ensino superior não desistirão de comercializá-lo. Alto faturamento, baixo custo e lucratividade garantida é um tripé que salta aos olhos de qualquer empresário. Portanto, as mudanças necessárias à melhoria da qualidade dos cursos ofertados não virão dessa parte interessada. Cabe ao Estado estabelecer regras claras, objetivas e uniformes e, principalmente, a criação de uma sistemática de avaliação e validação desses regras que determinem se os resultados esperados não só sejam alcançados, mas percebidos. E, por fim, é dos alunos, professores e tutores o compromisso de se manifestarem e lutarem por aquilo em que acreditam, um ensino que gere valor. 

Para que esse cenário saia do ideal para o real, serão necessários um grande investimento nos ensinos infantil, fundamental e médio que promova conhecimento, senso crítico e autonomia aos estudantes, preparando-os para o futuro, e a aplicação do três C como parte integrante das práticas pedagógicas.


  1. REFERÊNCIAS 



Portal virtual do Instituto Federal de Santa Catarina – IFSC. Disponível em: https://moodle.ead.ifsc.edu.br/mod/book/view.php?id=68804&chapterid=11389. Acesso em 30 de dezembro de 2021. 


MORAN, José. Texto: O que é educação a distância. Rio de Janeiro: SENAI, 2002. Disponível em: http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/dist.pdf


GARCIA-ARETIO, Lorenzo. Educação à distância hoje. Madri: Uned, 1994. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/235664933_Educacion_a_distancia_hoy


PRENSKY, Marc. Educação para um mundo melhor: Como estimular o poder das crianças e jovens do século XXI. São Paulo: Panda Educação, 2021. Disponível em: http://marcprensky.com


PALFREY, John. GASSER, Urs. Nascidos na Era Digital: Entendendo a Primeira Geração de Nativos Digitais. Porto Alegre: Editora Penso, 2011. Disponível em: https://books.google.com.br/books?id=LBQwDwAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR#v=onepage&q&f=false. Acesso em 30 de dezembro de 2021. 


PEREIRA, Jaqueline Gomes. O Ensino a Distância e Seus Desafios. São Paulo: Revista Núcleo do Conhecimento, 2021. Disponível em: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/o-ensino. Acesso em 22 de abril de 2023. 


JUNIOR, Arlindo F. P. de Carvalho. BARBOSA, Lidiane Gonçalves. DE CASTO, Leonardo Villela. A Relação Entre as Dificuldades na Aprendizagem e a Evasão de Alunos na EaD: Um Estudo de Caso. Rio de Janeiro: Revista Educação Pública - Fundação Cecierj, 2021. Disponível em: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/21/16/a-relacao-entre-as-dificuldades-na-aprendizagem-e-a-evasao-de-alunos-na-ead-um-estudo-de-caso. Acesso em 22 de abril de 2023. 


SCHNEIDER, Eduarda Maria. FUJII, Rosangela A. Xavier. CORAZZA, Maria Júlia. Pesquisas Quali-quantitativas: Contribuições Para a Pesquisa em Ensino de Ciências. São Paulo: Revista Pesquisa Qualitativa, 2017. Disponível em: https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/59853970/157-448-1-PB20190624-62150-10vk89c-libre.pdf?1561409421=&response-content-disposition=inline%3B+filename%3DPESQUISAS_QUALI_QUANTITATIVAS_CONTRIBUIC.pdf&Expires=1682205402&Signature=bQxECYsseRSq6PlvPsnqAuqCqcFQr2OYo4-KlfyDPQbk0mWz2w~buCvEDk2Vn7iWSW8AxPZaI~QLIDIr6E2H6Mq9WGE2-Ut6yq4ZoJCgWxXUSokmtqBI8mkTSmxWafILn3R90OivjOwrF975s-LiF4Z4UKJmgCtVetqQ2yY-~Ur68VChvA5YbdgpPzJpdmJc6r-RJW7D2FETmr8mE4xtO1O4VLI11YVKS61k0hSedhgipD3HANOMvjgBG~kZKP7aSwuiEBW9rTPkPhDJadwWAnmd44wQxfXW8ejUYcWxEQENOu2xfc8ZqrEXG-dAgkqJx-29BRXAeoVE7zyhPpvzRw__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA. Acesso em 22 de abril de 2023. 


CHAER, Galdino. DINIZ, Rafael R. Pereira. RIBEIRO, Elisa Antônia. A Técnica do Questionário na Pesquisa Educacional. Paraná: Portal da Secretaria de Educação do Estado do Paraná Educadores Dia a Dia (http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/), 2011. Disponível em: https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/59853970/157-448-1-PB20190624-62150-10vk89c-libre.pdf?1561409421=&response-content-disposition=inline%3B+filename%3DPESQUISAS_QUALI_QUANTITATIVAS_CONTRIBUIC.pdf&Expires=1682205402&Signature=bQxECYsseRSq6PlvPsnqAuqCqcFQr2OYo4-KlfyDPQbk0mWz2w~buCvEDk2Vn7iWSW8AxPZaI~QLIDIr6E2H6Mq9WGE2-Ut6yq4ZoJCgWxXUSokmtqBI8mkTSmxWafILn3R90OivjOwrF975s-LiF4Z4UKJmgCtVetqQ2yY-~Ur68VChvA5YbdgpPzJpdmJc6r-RJW7D2FETmr8mE4xtO1O4VLI11YVKS61k0hSedhgipD3HANOMvjgBG~kZKP7aSwuiEBW9rTPkPhDJadwWAnmd44wQxfXW8ejUYcWxEQENOu2xfc8ZqrEXG-dAgkqJx-29BRXAeoVE7zyhPpvzRw__&Key-Pair-Id=APKAJLOHF5GGSLRBV4ZA. Acesso em 22 de abril de 2023. 

 
 
 

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